a
verdade é que há dois anos decidi mudar de vida. larguei quase tudo aqui nas
gerais e parti para o mundo. dessa viagem, já contei bastante. 343 dias
inesquecíveis.
outro
dia, uma amiga me disse que o período de "readaptação" leva mais ou
menos metade do tempo que se ficou fora. pois bem, já se foram 6 meses desde
que voltei (voa, né?) e até agora não me readaptei. resta saber se a mim mesmo
ou à sociedade doente que encontrei na volta. política fora de ordem,
intolerância, fobias inimagináveis - ou de certa maneira esperadas -,
instituições confusas, dinheiro sobre tudo, para variar, e sobre todos os
outros desejos.
na
volta, trouxe comigo apenas uma certeza: de que a estrada era, dali em diante,
o meu caminho. outro amigo me disse que vai tirar um sabático a cada dois anos.
trabalha dois, para um. uma excelente ideia. já eu não consigo me planejar
tanto, pois as ideias e os planos mudam como muda o meu ânimo em todas as
manhãs. às vezes quero desbravar o mundo, às vezes não consigo ir até
o bairro vizinho para uma cerveja, em outras não quero nem sair da cama. mas, a
certeza que tenho é que não dá para ficar pela metade, viver no automático,
essa sensação de "neutro" ou "ponto morto" que às vezes me
engole.
eu
adoro esse belô, e isso é das matérias mais difíceis de lidar, mas o mundo
ainda é o meu lugar. ninguém sai ileso de uma viagem dessas. a chavezinha virou
e, ontem, fui dormir pensando em pegar um carro e sair dirigindo loucamente até
onde desse conta. hoje, amanheci com essa notícia na minha caixa postal:
amigos largam tudo e vão para o alaska de carro
quando?
não sei. muito menos com que dinheiro ou como ou pra onde ou em que
circunstâncias. jamais pensei no alaska como esses meninos, seria into the wild
demais para os planos que se resumem em um apartamento sem varanda nos dias de
hoje. mas faria um bem danado pegar um carro e ir até o ponto mais baixo da
américa do sul e depois subir, subir, subir, subir até onde o coração aguentar
e depois voltar pra, quem sabe, recomeçar de novo.
esse
ciclo me alimenta e esse é o meu novo plano de vida, pelo menos até depois de
amanhã.
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