terça-feira, 9 de setembro de 2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

sou um viajante dos mais estranhos...

sou um viajante dos mais estranhos. enquanto eles tomam o café da manhã, eu ainda estou acordando. enquanto penso no que fazer, eles já têm muitas idéias em mente. enquanto me desperto na velocidade do tempo, eles querem engoli-lo com a voracidade que o dinheiro permite. enquanto turisto, eles devastam guias. enquanto compro, eles voltam pra casa. quando abro a primeira cerveja, não há nada que os segure em programar o amanhã. enquanto sonho, eles planejam. enquanto tomo um café em silêncio, eles carregam a bateria da câmera. enquanto conto, eles querem ouvir. enquanto (me) faço, eles dizem que queriam o mesmo. enquanto escrevo, todos querem ler. tem vezes, sou eles também. compro, planejo, fotografo. a diferença é que aceito o meu tempo, bom ou mal, e me deixo sentir o mundo da maneira que eu quero. sou turista e viajante, sou um louco como outro qualquer, mas acho que me permito um pouco mais o não fazer. e é impressionante como todo mundo quer que você faça algo o tempo todo. hoje, eu só quero ser. e amanhã também.

de volta à Paris

anoitece e o vento sopra em paris. amanhece, e o céu azul carregado de um suave frio bate à janela me convidando a sair. ontem, quando já escurecia no jardim de luxemburgo, nunca me senti tão confortável à escolha do não fazer nada. blusas, já não tenho tantas. gana de explorar, tampouco. a minha viagem é sentir. pessoas, lugares, emoções. nada está solto por aí apenas para ser visto. e sentir esse ar de paris de novo, da mesma cidade que há anos me convidou para o velho mundo pela primeira vez, da única que escolhi para a parede da minha casa, tem algo de extrema importância para fechar essa parte do processo. 

em dois dias, parto para casa de novo, na certeza de que a próxima língua - depois de um inglês mais ou menos, um portunhol pra lá de estranho e um português que cada vez mais me desacostumo - será o francês. vou voltar aqui para viver um dia, tenho certeza, mesmo que apenas pra dizer algo mais ou menos como bonjour e tentar entender o que vem depois.