quinta-feira, 3 de julho de 2014

o tempo de quase nada

existe o tempo da viagem e existe um tempo em mim. esse meu tempo, não sei qual é, e o da viagem começa a já apertar. ando nesses dias em que não se sabe muito o que fazer, à espera de quê, o lugar inquieto da ausência de caminhada. não há vontades por aqui, por ali, não há o que vem depois. enfiar-se no meio de uma cultura estranha no auge de sua afirmação é um mergulho intenso também num vazio de si, todos os desejos ficam para daqui a pouco guardados numa fragilidade não sei bem de onde vem, numa intensa busca por partir em breve. mas, pra onde ir?

2 comentários:

  1. "E ao final de nossas longas explorações chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez..." Eliot

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  2. "…e se acaso distraído eu perguntasse 'para onde estamos indo?' – não importava que eu, erguendo os olhos, alcançasse paisagens muito novas, quem sabe menos ásperas, não importava que eu, caminhando, me conduzisse para regiões cada vez mais afastadas, pois haveria de ouvir claramente de meus anseios um juízo rígido, era um cascalho, um osso rigoroso, desprovido de qualquer dúvida: 'estamos indo sempre para casa'.
    <3

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